sábado, 10 de novembro de 2007
Zé Ninguém
Fado do Zé-Nigém
A trabalhar de pequenino
Por esse mundo além
E afinal o meu destino
É ser hoje um Zé-ninguém.
Quem sou afinal ,eu não sei,…
Sei que vagueio pelas vielas
Sei também quando canto
Que todos vem ás janelas.
Sei que corro pela cidade
Sem rumo, de lado a lado.
Não ouvem a minha verdade
Mas eu sou homem honrado.
Ninguém me dá ouvidos
Nem tão pouco, atenção
Aos meus dias sofridos
Sem nunca ser um ladrão
Trabalhei p’ra matar a fome
Pois sei que disse alguém
Quem não ganha o pão que come
Come sempre o pão de alguém.
Há quem viva na alta-roda
Ganharam dinheiro em segredo
Enquanto eu canto nas praças
Eles não vêm á rua com medo.
Quem sou não sei,…talvez um Zé-ninguém
Um pobre nesta vida um vagabundo
Que podia ser rico neste mundo
Mas que afinal,..na vida nada tem.
Tenho a rua e o luar
Tenho o sol e o calor
Tenho voz para cantar
No coração tenho amor
Lisboa, 10 de Novembro de 2007
Pacífico
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